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País já deveria cortar 10% do consumo de energia, diz J.P.

O J.P. Morgan indicou ontem a necessidade de um corte de 10% do consumo de energia em um racionamento já em fevereiro.

Valor 28/01/15

Rodrigo Polito

O J.P. Morgan indicou ontem a necessidade de um corte de 10% do consumo de energia em um racionamento já em fevereiro. Segundo o banco, o atraso em mais um mês para decretar o racionamento pode exigir um corte ainda maior, de 15%. A avaliação é baseada na recente piora do cenário hidrológico devido ao baixo nível dos reservatórios das usinas e à previsão de um volume de chuva abaixo da média histórica para o primeiro semestre.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios das usinas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste - o principal do país - estão com 17,08% da capacidade. E o instituto de meteorologia Climatempo prevê que em janeiro o volume de chuvas alcance 40% da média histórica nas duas regiões. Para fevereiro, a estimativa é de apenas 51%. O instituto prevê 58% da média histórica de chuvas para março; 71% para abril; 75% para maio; e 84% para junho.
 
"Se assumirmos esses números, o nosso modelo de risco hidrológico indica que os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste chegarão entre 19% e 21% no fim de abril, insuficiente para cobrir o período seco. Se esses números se tornarem verdade, o racionamento será necessário. E entendemos que o anúncio da medida deve acontecer o mais rápido possível para evitar um corte mais duro mais tarde", afirmou o especialista Marcos Severine, em relatório do J.P. Morgan distribuído ontem a clientes.
Com relação à crise dos reservatórios de água para o abastecimento humano no Rio de Janeiro e São Paulo, o J.P. Morgan informa que "o racionamento de água e energia está se tornando uma realidade dura para o Brasil".

Apesar do cenário crítico, o banco acredita que um racionamento de 10% a 15% do consumo, por um período de 12 meses, não deve afetar substancialmente o valor das ações das geradoras de energia que possuem concessões de usinas por prazos de 30 anos.

O banco também destacou a preocupação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de elevar a taxa de remuneração nos próximos leilões de transmissão, pois vários lotes não atraíram investidores nos últimos certames.

No relatório, o J.P. Morgan também prevê que as tarifas de energia das distribuidoras aumentarão em média 38,5% em 2015, na comparação com o ano passado. A correção vai refletir uma revisão tarifária extraordinária e novos empréstimos para as empresas.




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