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Grandes empresas fazem campanha por criação de mercado organizado de carbono no Brasil

Presidente do Cebds encontrou Ilan Goldfajn nesta terça-feira para debater assunto

O Globo - 03/10/2017

RIO - Cerca de 400 empresas, entre elas gigantes como Fibra, Unilever Suzano, Braskem, CPFL e a Schneider, lideradas pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), assinam carta aberta ao governo para pressionar o governo a estabelecer um mecanismo de precificação de carbono. O sistema, defende a presidente da entidade, Marina Grossi, já é adotado em 40 países por meio de mercado organizado, o que dá segurança às empresas que quiserem investir no planejamento de operações voltadas à baixa emissão de carbono.

— O Brasil não pode perder o protagonismo nessa área. Precisamos mostrar ao governo que há uma grave crise econômica mas que não podemos esperar que ela acabe. Há um vácuo — afirma Marina. — Para o Brasil é vantajoso, já que nossa matriz é limpa — acrescenta.

A campanha mobiliza altas lideranças das empresas, no nível de CEOs e CFOs, para levar à conscientização de que a hora é agora. A carta será levada à próxima Conferência para o Conferência para o Clima das Nações Unidas, a COP23, que acontecerá em Bonn, na Alemanha, entre 6 e 19 de novembro deste ano. E, nesta terça-feira, Marina e o gerente regional para América Latina da Carbon Pricing Leadership Coalition/Banco Mundial, Alexandre Kossoy, encontraram o presidente do Banco Central, Ilan Goldfjan, em Brasília, para falar dos benefícios da precificação de carbono.

“Sabemos que a mudança do clima é um dos maiores desafios a serem enfrentados pela humanidade neste século e que o Acordo de Paris foi fundamental para estabelecer o compromisso internacional para assegurar que o aumento da temperatura global não ultrapasse 2°C, buscando esforços para 1,5°C. Diante desse compromisso, setores público e privado, e sociedade civil tem, conjuntamente, a responsabilidade de liderar os esforços de redução de emissões de gases de efeito de estufa (GEE) e evoluir na construção de uma economia de baixo carbono. Nós, lideranças empresariais, defendemos o estabelecimento de um mecanismo de precificação de carbono adequado às características da economia e ao perfil de emissões de GEE do nosso país, que incentive investimentos, garanta a competitividade das empresas e estimule a inovação tecnológica de baixa emissão no Brasil”, afirma um trecho da carta, cujas 400 signatárias da carta aberta representam 90% do capital transacionado em Bolsa no país.

O texto lembra que países vizinhos como Chile, México, e Colômbia ja têm mecanismos domésticos de precificação de carbono, e conjuntamente com Peru vêm estabelecendo acordos com jurisdições dos Estados Unidos e Canadá desenvolver mecanismos regionais de precificação de carbono que permitam redução substancial no custo.

“Estabelecer um preço para o carbono será central para o cumprimento do Acordo de Paris e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), garantindo o desenvolvimento e crescimento econômico sustentável. Nos colocamos à disposição para apoiar, no que for preciso, a implementação de um mecanismo de precificação de carbono adequado para o Brasil”

A tonelada carbono equivalente (tCO2e) que as empresas precificam varia de US$ 0,30 até US$ 890. A Suécia, por exemplo, precifica a tCO2e em US$ 131. Entre os 40 países que já usam o sistema estão China, Coreia do Sul, França, Japão, Portugal, Reino Unido, Espanha e Dinamarca.




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