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Baixo carbono será chave na relação Brasil-UE

O evento, que termina hoje em São Paulo, reuniu 70 empresários interessados em agricultura de baixo carbono, biomassa, energia solar, eficiência energética.

Valor Econômico - 28/11/2017
Por Daniela Chiaretti e Nathália Larghi



"A transformação da economia exigida na implementação do Acordo de Paris requer forte envolvimento do setor privado. Será o setor privado que fará funcionar o Acordo, ou ele não funcionará", diz o embaixador da União Europeia no Brasil João Gomes Cravinho.

Cravinho falou ontem na abertura do Fórum Negócios Verdes, organizado pela UE com apoio do Ministério do Meio Ambiente, Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e do WWF-Brasil. A economia de baixo carbono, destacou, será elemento chave na cooperação Brasil-União Europeia.

O evento, que termina hoje em São Paulo, reuniu 70 empresários interessados em agricultura de baixo carbono, biomassa, energia solar, eficiência energética. A intenção da UE é "fornecer uma plataforma de diálogo" entre o bloco e o Brasil, juntando instituições financeiras, empresas e governo para "discutir oportunidades concretas de financiar negócios verdes promovendo a consolidação de economias sustentáveis", diz material dado à imprensa.

A União Europeia é o maior financiador climático global. Os recursos externos do bloco nesta rubrica mais do que dobraram desde 2013, alcançando € 20,2 bilhões em 2016. A má notícia é que os investimentos miram principalmente a redução de emissões de gases-estufa mas ainda é um desafio atrair fundos privados para a adaptação à mudança climática.

"Finanças públicas podem preencher apenas uma fração das necessidades que temos para enfrentar a mudança do clima. Conseguir atrair recursos privados é ponto-chave", disse Yvon Slingenberg, diretora internacional de Ação Climática da Comissão Europeia.

Em entrevista ao Valor ela explicou, por exemplo, que neste momento o bloco europeu discute a definição do que são projetos sustentáveis e "climaticamente alinhados" com questionamentos sobre se uma usina a gás é sustentável. São debates delicados. A Polônia, por exemplo, é grande usuária de carvão. "Estamos olhando para os detalhes, vendo como podemos iniciar realmente o debate de fazer a transição da economia.".
     
ao ano, entre 2021 e 2030. "A indústria europeia se tornou mais forte e competitiva via inovação e descarbonização", continuou.

O Brasil está "empenhado na criação de ambiente propício para oportunidades de negócios verdes e transitar em uma economia que usa recursos de maneira sustentável", disse Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central.

"Essa pauta vai bem além de questões ambientais", disse Everton Lucero, secretário de Mudanças do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente. "Vejam o tamanho do desafio: não se trata apenas de promover medidas isoladas, mas de mudar a rota de desenvolvimento de nossas sociedades", continuou. Ele também disse que, no entendimento do governo, "precificar o carbono é hipótese não descartada, mas o preço não deveria ser uma imposição que gere ônus às atividades produtivas."

O vice-presidente da Febraban Alvir Hoffmann lembrou que é intenção do Fórum promover parcerias entre pequenas e médias empresas brasileiras e europeias. No Brasil, elas respondem por 25% do PIB. "O Fórum acontece em momento oportuno, em que o Brasil inicia um processo de recuperação econômica", seguiu Hoffmann.

Em dezembro de 2016, o saldo dos empréstimos para energias renováveis, agricultura de baixo carbono e transportes sustentáveis chegou a R$ 309 bilhões. Isso representou quase 19% do total da carteira de empréstimos a pessoas jurídicas de 15 bancos.




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