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Condomínio solar começa a dar primeiros passos no país

Consumidores dividem um mesmo sistema de geração de energia que pode ter até 5 megawatts de potência instalada. A energia gerada é enviada para a rede elétrica e dá direito créditos equivalentes para o consumidor abater de sua conta de luz.

Folha de S. Paulo - 29/11/2017
Por Felipe Oliveira


Um mercado para geração de energia solar em pequenas usinas compartilhadas por consumidores e empresas começa a nascer no Brasil.

Ele atende quem não tem espaço ou telhado para instalar placas de energia solar em sua casa ou escritório.

Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) o país conta com 41 usinas do tipo em operação, com capacidade de até 5 megawatts.

O modelo passou a ser viável após norma da agência reguladora do setor definir, no ano passado, regras para a geração distribuída em local diferente daquele onde ela será usada.

Consumidores dividem um mesmo sistema de geração de energia que pode ter até 5 megawatts de potência instalada. A energia gerada é enviada para a rede elétrica e dá direito créditos
equivalentes para o consumidor abater de sua conta de luz.

Os créditos só podem ser usados em regiões atendidas pela mesma distribuidora de energia do local onde está instalada a usina.

O presidente da Absolar, (associação do setor de energia solar), Rodrigo Sauaia, afirma que, além de tornar a energia solar viável para mais pessoas, o modelo permite ter acesso a ela com menos investimentos.

Isso porque, enquanto uma instalação de placas solares em residência custa a partir de R$ 15 mil, a associação a um condomínio solar tende a custar menos, pois a empresa que instala o projeto compra equipamentos em escala maior, reduzindo, portanto, os custos.

No primeiro projeto da start-up NewSun, que está desenvolvendo usina na cidade de Franca (interior de São Paulo), consumidores poderão comprar cotas da usina e receber mensalmente créditos para abater de sua conta de luz.

Cada cota sairá por R$ 7.900 e dá direito a, em média, 170 kilowatts/hora mensais, explica Fernando Berteli, presidente da empresa.
Segundo ele, o prazo de retorno do dinheiro investido nas cotas da usina vai de quatro a seis anos.

A usina da empresa, feita com apoio da Investe SP (agência do governo do Estado que busca atrair investimentos), ocupará área de 120 mil metros quadrados, terá capacidade instalada de 5 megawatts, suficientes para atender cerca de 4.000 casas.

As obras para construção da usina devem ser concluídas em março.
DESCONTOS

A rede de farmácias Pague Menos passou a contratar energia de condomínios solares em 2016, em projeto com a Enel Soluções (braço da Enel que atua na área de geração distribuída) na cidade de Tabuleiro do Norte (CE).

A unidade tem capacidade para atender 40 lojas da rede no Estado.

Atualmente, fornece energia para 22 unidades, que conseguiram reduzir a conta de luz em cerca de 30%, diz Eduardo Dias, gerente-executivo da rede, responsável pelo setor financeiro.

Dias afirma que a empresa tem como objetivo diminuir em 20% sua conta de luz, atualmente em cerca de R$ 70 milhões ao ano, obtendo energia de usinas do tipo em todos os Estados até 2019.

No modelo de contratação adotado por Enel Soluções e Pague Menos, os investimentos (de cerca de R$ 7 milhões)ficaram a cargo da primeira.

Nesse tipo de contrato, a energia é contratada por prazo longo (de ao menos 15 anos) por preço inferior ao cobrado pela distribuidora de energia do Estado, o que oferece economia para a contratante. 




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