Especializada no segmento de geração, a Pacto Energia estreou na área de transmissão ao arrematar dois lotes no leilão da última quinta-feira. Com o novo investimento, a companhia de origem goiana, mas com sede atual em São Paulo, busca diversificar suas atividades no setor elétrico. Em geração, a meta é alcançar 500 megawatts (MW) de capacidade instalada, principalmente de parques solares, nos próximos cinco anos.

"Já vínhamos estudando [o setor de transmissão] há mais de dois anos. Vimos oportunidade nesse leilão, justamente nos dois lotes que ganhamos. São lotes pequenos e similares", afirmou o presidente da Pacto Energia, Rodrigo Pedroso, ao Valor.

A Pacto Energia possui 20% do consórcio Lux Luz, que arrematou os dois menores empreendimentos do leilão - uma subestação em Goiás e outra no Rio Grande do Sul. Os demais sócios são a construtora JB (56%) e a JHH Participações (24%). Juntos, os projetos têm receita anual permitida (RAP) de R$ 10,2 milhões, por um período de 30 anos.

Segundo Pedroso, a previsão de investimentos nos dois empreendimentos é de R$ 80 milhões. O consórcio vai iniciar esta semana o processo de licenciamento ambiental dos dois projetos e iniciar a busca por financiamento - a companhia foi consultada pelo BNDES logo após a vitória no leilão. A ideia é já contar com recursos do financiamento, quando as licenças forem emitidas. Mas, o consórcio poderá utilizar recursos próprios, caso não tenha os desembolso do financiamento no início das obras.

Com 18 anos de atuação, a Pacto Energia iniciou suas atividades na área de geração. Hoje, a empresa possui um parque de energia solar, de 162 MW, em construção, no Ceará, em parceria com as norueguesas Scatec e Statoil, além de outros projetos menores de energia solar e de hidrelétricas de pequeno porte.

De acordo com o executivo, a companhia possui uma carteira de 4 gigawatts (GW) de projetos de geração de energia solar a serem desenvolvidos, por meio de leilões no ambiente regulado ou para contratação no mercado livre.

No ano passado, a Pacto Energia também iniciou as atividades de comercialização de energia. A empresa já negocia atualmente 100 MW médios no mercado. A meta é chegar a negociar 500 MW médios por mês, em até cinco anos.

A empresa também tem negócios em geração distribuída a energia solar e em prestação de serviços de conservação de energia.