Gasto com energia limpa fica aquém de metas climáticas, diz AIE

AIE espera que os gastos com energia limpa ultrapassem US$ 1,4 trilhão este ano, mas valor é insuficiente para que o mundo alcance emissões líquidas zero de carbono nas próximas três décadas

Valor Econômico - 22/06/2022
Por Laura Hurst


Investimentos em energia renovável, eficiência energética e veículos elétricos devem representar a maior parte dos gastos com energia este ano, mas ainda não serão suficientes para que o mundo alcance emissões líquidas zero de carbono nas próximas três décadas, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE).

A AIE espera que os gastos com energia limpa ultrapassem US$ 1,4 trilhão este ano, representando quase três quartos do investimento total, de acordo com um relatório publicado na quarta-feira. A taxa média de crescimento anual acelerou para 12% desde 2020, contra 2% nos cinco anos seguintes ao acordo climático de Paris de 2015.

“O aumento é bom, mas não forte o suficiente para nos tirar da forte crise de energia que temos e nos preparar para um futuro climático melhor”, disse o diretor-executivo da IEA Fatih Birol em entrevista coletiva.

Também está “bem aquém do que é necessário para atingir as metas climáticas internacionais”, disse a agência com sede em Paris. “Sem um aumento maciço nos gastos com eficiência, eletrificação e fornecimento de baixo carbono, a crescente demanda global por serviços de energia simplesmente não será atendida de maneira sustentável”.

Os investimentos gerais em todas as formas de energia, incluindo combustíveis fósseis, nos últimos anos, foram muito baixos, alimentando a atual crise global, disse a AIE. A invasão da Ucrânia pela Rússia e seu impacto no fornecimento e nos preços de petróleo e gás simplesmente “adicionou outra camada de expectativa e incerteza ao quadro”.

Embora o investimento total em energia deva aumentar 8% este ano, metade desse aumento será consumido por custos crescentes ligados a pressões na cadeia de suprimentos, escassez de mão de obra especializada e preços mais altos de materiais de construção como aço e cimento. A energia limpa também será afetada por custos mais altos, com painéis solares e turbinas eólicas subindo cerca de 10% a 20% em relação aos níveis de 2020, disse a AIE.

O relatório também mostrou que quase todo o crescimento do investimento em energia limpa veio de economias avançadas e da China. “No resto do mundo, os investimentos em energia limpa estão mais ou menos estáveis desde 2015”, disse Birol.

A China continuou a liderar os investimentos verdes, com gastos de US$ 380 bilhões no ano passado. A União Europeia ficou em segundo lugar, com US$ 260 bilhões, e os EUA em terceiro com US$ 215 bilhões, segundo a AIE.




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