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Cemig prepara fusão entre eficiência energética e geração distribuída

A Cemig GD foi criada em 2018, como uma resposta da companhia mineira ao forte crescimento dos investimentos de geração distribuída em Minas Gerais.

Valor Econômico - 11/09/2019
Por Camila Maia


A Cemig está preparando uma fusão entre a recém-criada Cemig Geração Distribuída (Cemig GD) com a sua empresa de eficiência energética, existente desde 2002, disse Danilo Gusmão, presidente da Cemig GD, em evento promovido nesta quarta-feira pelo escritório de advocacia Souto Correa.
 
Segundo Gusmão, a Efficientia, nome da empresa de eficiência energética, já desenvolveu muito as expertises relacionadas à inovação. “O desafio é fundir as empresas. Em outubro vamos lançar a nova marca de eficiência, com ganhos de sinergias”, disse o executivo.

A Cemig GD foi criada em 2018, como uma resposta da companhia mineira ao forte crescimento dos investimentos de geração distribuída em Minas Gerais. A Efficientia, por sua vez, já vinha atuando na prestação de serviços, com projetos de cogeração e autoprodução e substituição de equipamentos por outros mais modernos e eficientes, sempre com foco em redução de custos e aumento da competitividade.

‘Universalização’ da geração distribuída

A expansão da geração distribuída de energia aos consumidores de energia só vai atingir aqueles com menor poder aquisitivo com projetos de geração remota e compartilhada, disse Gusmão. Segundo ele, a modernização das regras, em discussão pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), tem que ser feita com cautela para não comprometer o desenvolvimento futuro da tecnologia.

A geração distribuída é a modalidade na qual o consumidor pode ter sua própria fonte de geração, sendo local, como um telhado com painéis solares, ou remota, por meio de um empreendimento de geração instalado dentro da mesma área de concessão. A energia gerada e não consumida imediatamente é injetada na rede, resultando em desconto na conta de luz daquele consumidor, de forma proporcional ao que foi gerado. A mudança em discussão nas regras visa alterar esse desconto, que não incluiria mais parte da tarifa voltada para remuneração da rede de distribuição de energia, uma vez que ela continua sendo usada pelo consumidor.

“O Brasil só universalizou o acesso à energia por meio da geração remota. Acreditamos que geração distribuída remota por meio de unidades de geração solar fotovoltaica é um caminho para levar o benefício [da geração distribuída] ao nosso cliente”, disse Gusmão. Segundo ele, essa modalidade é importante porque confere aos que não têm condições de investir em um sistema de geração, por falta de recursos ou mesmo de espaço físico, a possibilidade de usufruir da geração renovável e da economia na conta de luz.

Na geração remota, um grande consumidor, como uma rede de lojas, pode construir uma única unidade de geração, de até 5 megawatts (MW) de potência, e usar a energia gerada para compensar o consumo em várias unidades. Consumidores residenciais, por sua vez, podem se juntar em grupos, como consórcios ou cooperativas, e ratear a energia, que é considerada “compartilhada”.

Pelas regras novas propostas pela Aneel, esses empreendimentos serão os mais afetados, perdendo parte da compensação dos créditos gerados na tarifa de uso do fio. O argumento é que, hoje, os custos continuam sendo remunerados, mas por um volume menor de consumidores, que acabam de certa forma subsidiando aqueles que investem em geração distribuída.

“Entendemos que alguns aspectos comerciais da distribuição têm que ser remunerados sim”, disse Gusmão. Segundo ele, contudo, é preciso fazer as mudanças com cautela. “Se não tivermos uma calibragem muito boa nesse momento, podemos comprometer o amanhã”, disse.




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