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BNDES prevê retração nos investimentos em energia até 2021 e retomada em 2022

Queda reflete baixo volume de contratações. Média anual dos recursos aportados no setor entre 2019 e 2022 ficará em R$ 39,3 bilhões

CanalEnergia - 16/09/2019
Por Oldon Machado


Os investimentos em energia elétrica deverão cair nos próximos dois anos no Brasil, como reflexo da interrupção dos leilões de expansão no período de abril de 2016 a dezembro de 2017 e do baixo volume de contratações após a retomada das licitações desde o ano passado. A análise é do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e consta do relatório “Perspectivas do Investimento 2019-2022”, que mapeia os planos quanto a injeção de recursos no próximo quadriênio em segmentos dos setores da indústria e de infraestrutura no país. No geral, o banco projeta um total de R$ 1,082 trilhão investido na economia brasileira nos quatro anos analisados.

No caso do setor elétrico, o banco aponta uma soma de R$ 157,3 bilhões em investimentos de 2019 a 2022, média de R$ 39,3 bilhões por ano no período. A queda dos recursos em subsetores como geração, transmissão e distribuição vem desde o ano passado, quando foram investidos R$ 49,6 bilhões no setor – queda de 22,5% frente aos R$ 64 bilhões aportados na indústria de eletricidade do país em 2017. Para 2019, a previsão é de uma redução de 11% frente ao ano passado, com investimentos de R$ 44,1 bilhões. Em 2020 e 2021, o estudo prevê quedas ainda maiores nos volumes aplicados no setor, chegando a R$ 37,2 bilhões e R$ 33,8 bilhões, respectivamente.

“Por conta da defasagem de três a quatro anos entre as datas dos leilões de energia e os investimentos associados, a retomada desses processos a partir de 2018 irá impactar as inversões de forma mais expressiva a partir de 2022 e, sobretudo, de 2023”, explica o BNDES no relatório. O estudo mostra uma retomada do crescimento do aporte de recursos no setor elétrico brasileiro apenas em 2022, quando são esperados R$ 42,3 bilhões em investimentos – um salto de 25% frente a 2021. A projeção do banco é que os investimentos atinjam R$ 51,7 bilhões em 2023. Como comparação, o setor elétrico brasileiro recebeu em 2012 investimentos totais de R$ 73,9 bilhões.

Dos 19 setores pesquisados, 11 são da indústria e oito de infraestrutura. Neste, além da retração em energia elétrica até 2021, com retomada partir de 2022, o banco projeta aumento na injeção de recursos nas áreas de logística e saneamento, cujas médias anuais entre 2019 e 2022 serão de R$ 39,8 bilhões e R$ 13,9 bilhões, respectivamente. Já na indústria, a expansão dos investimentos está atrelada ao desempenho na área de petróleo e gás, impulsionado pela recuperação do preço do petróleo e pelos leilões de blocos exploratórios de 2017 e 2018. O segmento terá uma média de R$ 77 bilhões por ano em investimentos de 2019 a 2022, segundo o estudo do BNDES.




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