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Caem investimentos em energia solar, diz estudo

Os investimentos mundiais em energias limpas caíram 1% nos primeiros seis meses do ano, em relação ao mesmo período de 2017, alcançando US$ 138,2 bilhões.

Valor Econômico - 09/07/2018
Por Daniela Chiaretti


Os investimentos mundiais em energias limpas caíram 1% nos primeiros seis meses do ano, em relação ao mesmo período de 2017, alcançando US$ 138,2 bilhões.

Os investimentos em energia solar foram os que mais sofreram redução, com queda de 19% no período, em relação ao primeiro semestre do ano passado. Em projetos de energia eólica, contudo, houve alta de 33%.

Os dados são da Bloomberg NEF, unidade da empresa que analisa o desempenho do mercado de energia e transportes e lança hoje seu relatório semestral.

A redução em energia solar se explica pela atitude da China, que investiu muito na fonte em 2017, mas este ano os investimentos não acompanharam o mesmo ritmo que o boom passado, diz Angus McCrone, editor-chefe da BNEF.

A outra explicação da queda de investimentos chineses em energia solar tem a ver com a redução nos custos dos painéis. "Isso quer dizer menos dólares gastos por megawatt instalado", continua.

"Em 1º de junho, o governo chinês divulgou um documento, com efeito imediato, restringindo novas instalações solares que demandem subsídio nacional. Nossa expectativa é que a decisão leve a uma queda acentuada nas instalações solares na China este ano, em comparação com o recorde espetacular de 2017, que alcançou 53 GW", diz Justin Wu, chefe da unidade Ásia-Pacífico da BNEF, segundo nota à imprensa da empresa.

"Investimentos globais em energia limpa sobem e descem nos últimos oito anos, mas têm se mantido no patamar atual", diz McCrone. O estudo acompanha investimentos em energias eólica, solar, biomassa, tecnologias inteligentes (de smart grid a hidrogênio e eficiência energética) e pequenas hidrelétricas (com capacidade menor ou igual a 50 MW), geotérmica ou energia das marés e das ondas.

Os números de investimentos em energia limpa são construídos a partir de um banco de dados com mais de 100.000 registros de transações e projetos coletados por mais de 100 analistas e pesquisadores em 15 lugares no mundo.

O impacto da decisão do presidente Donald Trump de aumentar tarifas de importação em até 50% para painéis solares, em janeiro, ainda não se reflete no desempenho do mercado, o que pode ocorrer a partir do semestre que vem, diz McCrone. "Alguns projetos podem ser atrasados", continua.

Investimentos em energia limpa aumentaram 31% nos EUA no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2017, somando US$ 28,8 bilhões. Na Europa cresceram 8%, chegando a US$ 16 bilhões. Na Índia subiram 22% alcançando US$ 7,4 bilhões. No caso do Brasil ocorreu um decréscimo de 81%, chegando a US$ 597 milhões. "Existe uma lacuna de tempo entre os leilões de energia e os investimentos propriamente ditos", diz o analista, procurando entender o comportamento do mercado no Brasil.




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